Bem, achei que já estava na hora de postar alguma
coisa (desculpem-me, pois essas duas últimas semanas,
eu estava abarrotado de trabalhos e provas pra fazer. Mas
cá estou para fazer vocês pensarem um pouquinho. Essas duas
últimas semanas, eu passei só em casa e ao contrário do que
muitos pensão, não é uma boa ficar só (né Yves),
(LINK ESPLICATIVO), ainda mais para quem está acostumado
a não fazer absolutamente nada. Então, já que estava só
resolvi por aquelas musicas que não se pode ouvir quando
está com gente em casa... e o escolhido da vez foi
“Raul Seixas” pus a discografia pra ouvir enquanto via
os dias passarem lentamente (dias BOÊMIOS) e me peguei
a refletir muito sobre algo que as músicas me induziam
a pensar:
“_Eu sei que determinada rua que eu já passei não tornará
ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos e que nunca
mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa pode ser que essa
pessoa esteja me vendo pela ultima vez.
A morte, surda, caminha ao meu lado e eu não sei em que
esquina ela vai me beijar.
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque...
Na musica que eu deixei para compor amanha?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi
destinada,
E que está em algum lugar me esperando...
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim, pois em qualquer lugar
esperas só por mim.
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não
desejo, mas tenho que encontrar.
Vem, mas demore a chegar. Eu te detesto e amo morte, morte, morte.
Que talvez seja o segredo desta vida.
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte? Uma das tantas coisas que eu
não escolhi na vida?
Existem tantas... um acidente de carro, o coração que se
recusa a bater no próximo minuto, a anestesia mal aplicada,
a vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida,
o câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe.
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte, que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar.
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a
erva, e que a erva alimente outro homem como eu porque eu
continuarei neste homem, nos meus filhos, na palavra rude que
eu disse para alguém que não gostava.
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim, pois em qualquer lugar
esperas só por mim.
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,
mas tenho que encontrar.
Vem, mas demore a chegar. Eu te detesto e amo morte, morte, morte.
Que talvez seja o segredo desta vida.
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida.”
[Cantando para minha morte | Raul Seixas]
Fico até emudecido com tamanha paixão, e ódio também...
É com muito gosto que faço destas minhas palavras...
" ...Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar".
Pois estou a tua espera desde o dia em que nasci, sei que um dia
me ‘beijarás’ e neste dia tudo não terá passado de um sonho, um
louco sonho. Que quando tu vieres me ‘beijar’, eu tenha terminado
minha ‘obra’ aqui neste plano, que eu vá em paz pra onde quer
que tu me leves. Pois a vida és uma dádiva, e você foi concebida
pelo todo poderoso a julgar ‘quem vai quem fica’. Tamanha ‘sorte’
a tua, já que podes fazer aquilo que todos têm vontade e ainda
não ser punida nem pelas leis dos homens, nem pelas leis divinas.
Então... que curtamos a vida antes que a “Morte” venha nos ‘beijar’,
pule, ria, grite, brinque, enlouqueça (sem nenhum constrangimento
de perder a lucidez), odeie, ame enfim... VIVA. E aproveitando o
embalo de viver, ‘faça o que tu queres á de ser tudo da lei’ [Aleister Crowley].
